Santo André, * *

Sindicato repudia postura e prática da Secretaria de Educação no tratamento dos educadores
A diretora do Sindserv Santo André, a professora Mirvane Dias, gravou vídeo mostrando sua indignação

Por: Viviane Barbosa, da Redação do Sindserv Santo André
Publicação: 21/09/2023

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A diretora do Sindserv Santo André, a professora Mirvane Dias, gravou vídeo mostrando sua indignação com a postura da Secretaria de Educação e da PMSA no tratamento com os profissionais da Educação. 

 Mirvane narra alguns absurdos narrados pelos docentes, como por exemplos: uma educadora foi retirada de um grupo de WhatsApp da Escola, sem nenhuma justificada, simplesmente porque está doente, outra profissional solicitou uma falta justificada e teve o pedido indeferido, outra foi transferida da escola sem conversa, entre outros desrespeitos com as educadoras e educadores.

"Não somos mercadoria, Secretaria de Educação e PMSA", frisa a sindicalista no vídeo.

O Sindserv Santo André repudia essas posturas da SE e ressalta que os profissionais da Educação devem ser tratados com respeito e valorização.

Confira o desabafo de uma das profissionais:

Desistência ou Resistência? 

Em muitos  anos de serviço público na educação,  vinte e um só no município de Santo André, hoje tive um pedido de falta JUSTIFICADA (aquela que o funcionário assume o prejuízo sobre os vencimentos) INDEFERIDO pela primeira vez em toda minha vida funcional.
Confesso que fiquei muito triste e decepcionada comigo mesma, por dedicar tantos anos da minha vida pessoal e profissional à educação na cidade de Santo André.

Sim, penso como Antonio Nóvoa, teórico português , que somos a tríade entre a pessoa, a profissão e a instituição na constituição da identidade docente. 

Ao longo dos anos construí uma identidade profissional e zelo por ela com comprometimento e responsabilidade, principalmente, com as crianças e suas famílias e com meus pares, tendo em vista o coletivo da instituição e a categoria a qual pertenço.

Investi na profissão, não só por fins econômicos, mas por acreditar na função social da escola e sua capacidade de transformadora. Cursei duas pós e um mestrado na PUC-SP e atuo buscando diariamente a coerência teórico-prática em minhas ações, fazendo da prática a práxis: ação-reflexão e ação.

Além disso, sempre dialoguei com posicionamento crítico, transparente e intencional, reconhecendo o meu papel enquanto intelectual orgânica na escola pública, buscando dar voz e vez aos que não tiveram as mesmas oportunidades.

Desde o início eu já sabia que remava contra a maré, mas confesso que vivi tempos melhores, e que atualmente venho assistindo, ano após ano, a precarização e a desumanização do serviço público, com a perda dos nossos direitos e condições dignas de trabalho, o que ocasiona, consequentemente, a perda da qualidade social da educação, principalmente no que se refere a inclusão coletiva. 

Atualmente não tenho vontade de sair de casa para trabalhar e ouço os colegas dizerem o mesmo, diariamente. Vejo  professores, tristes e sendo convidados, pasmem! por seus pares, ocupando cargos em instancias superiores, a procurarem outra profissão, caso não estejam felizes, ou a buscar ajuda médica para tratar as sequelas emocionais que a profissão lhes causou e causa diariamente. 

Não estou desistindo da luta, mas confesso que estou cansada! 

Lembro que as crianças ainda são a energia que me mantem respirando, talvez o último sopro, a última inspiração. 

Humildemente, concordo com o Padre Julio Lancelloti (ser humano ao qual jamais eu me compararia) quando questionado sobre suas perspectivas...

“A minha perspectiva é o fracasso, porque se eu buscar a vitória e o sucesso é porque eu aderi a este sistema. Nesse sistema eu sempre serei um fracassado.  Eu quero estar do lado dos que perdem."
 E como disse Darcy Ribeiro, eu estou muito feliz de estar do lado dos que perderam, não queria estar do lado dos que ganharam, quero estar do lado dos pisados e não dos que pisam, estar do lado dos perdedores e não dos vencedores, na fraude, na mentira, na injustiça e na maldade.

Então eu não posso ter medo de perder. E uma coisa que eu aprendi, e que foi uma das aprendizagens mais dura da minha vida, é que por amor também se erra, o amor não nos torna infalíveis. O amor nos torna vulneráveis..."

Democracia, criticidade, coletivo, vínculo, afetividade e AUTORIA ficaram apenas nos discursos e nos papéis frios dos gestores públicos e seus cúmplices de plantão. 

Quanto a falta? Ah.. a falta era para uma viagem de comemoração de 35 anos de casamento. 
Bem piegas, para celebrar o amor e a VIDA, mas foi negada pela burocracia e pelas regras ditadas pelos cidadãos de bem.

Já a MORTE que também nos assombrou este ano.
A morte também foi negada...

Se tivermos sorte, ficarão para nós as memórias e as histórias.

Lembraremos seus nomes...

V... PRESENTE!
A...PRESENTE!

ASSINADO: 
Apenas um RF...

Ps: o último que sair apague a luz!


 


Juntos Somos Mais Fortes!
Fortaleça quem luta junto com você! 
Diretoria do Sindserv Santo André




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