Foto: Cadu Bazilevski

O 29º Grito dos Excluídos e das Excluídas neste 7 de setembro levou às ruas de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, o debate sobre direitos sociais e trabalhistas, justiça social, acesso à água potável, ao saneamento e à alimentação.  

O evento, realizado anualmente, reuniu ativistas, sindicalistas, líderes religiosos, parlamentares e cidadãos comprometidos com a democracia.

O metalúrgico e secretário-geral da CUT São Paulo, Daniel Calazans, enfatizou o compromisso do movimento sindical em fortalecer o Estado Democrático de Direito, combater a pobreza e todas as formas de discriminação.

“Nestes 40 anos de história da CUT, a classe trabalhadora ressalta seu desejo por um Brasil justo, com liberdade, igualdade e, acima de tudo, forte e soberano”, disse.

Motorista de ônibus e coordenadora da subsede da CUT São Paulo no ABC, Cleide Tameirão, abordou as pautas sindicais envolvendo geração de empregos, oportunidades de trabalho, distribuição mais justa de renda e valorização da mão de obra. "A classe trabalhadora tem sede de justiça social e fome de igualdade de oportunidades.".

Para o bancário Belmiro Moreira, secretário de Comunicação da CUT São Paulo, é preciso fortalecer as políticas públicas e sociais e o papel dos sindicatos na melhoria das condições de vida dos menos favorecidos. “Unidos, podemos fazer a diferença e construir um Brasil mais justo e igualitário", ressaltou.

Bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, realçou o compromisso da igreja católica com os direitos humanos e a necessidade de um Brasil fraterno e solidário, onde a inclusão social seja uma realidade.

“Não há evangelização legítima, verdadeira, sem a promoção humana. Queremos enfatizar o Grito daqueles que estão com fome, desempregados e em situação limite”, afirmou.

Proteger direitos

Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo do Campo (Sindserv-SBC), Dinailton Souza Cerqueira, questionou por que tantas pessoas estão excluídas das políticas públicas. “Temos que proteger as conquistas sociais alcançadas ao longo de décadas”.

Também no protesto, a guarda civil e secretária de Assuntos Jurídicos da CUT-SP, Vívia Martins, fez críticas à Prefeitura de São Bernardo do Campo. 

“Estamos promovendo inúmeras lutas contra Orlando Morando, prefeito do PSDB que mais destruiu moradias na cidade, que não valoriza os servidores públicos e tampouco cuida de sua população”, denunciou.

Em relação às pautas trazidas por Vívia e Dinailton, o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Gheorge Vitti, comentou a importância de os sindicatos se unirem aos movimentos sociais em prol de uma sociedade justa e igualitária.

“Sabemos que o 7 de setembro celebrado como Dia da Independência é uma ilusão. Não temos independência, assim como sabemos para quem a ‘morte’ é dirigida, para o povo preto e as pessoas excluídas da sociedade”, avaliou.

Diretor da ONG Meninos e Meninas de Rua (PMMR), Marco Antônio Silva Souza, conhecido como Markinhos, levou às ruas a luta que a entidade tem feito.

O projeto, que completa 40 anos em 2023, corre o risco de ser despejado a qualquer momento da rua Jurubatuba, nº1610, no centro de São Bernardo do Campo, em razão de ação judicial movida pela Prefeitura. 

“Vemos no ABC uma retomada de um pensamento mais progressista das igrejas no contato com movimentos sociais em uma ação de educação nas ruas sensibilizando a população. Temos que caminhar juntos, a divisão não interessa aos grupos organizados que pensam um país mais justo”, observou.

Também coordenadora da ONG Meninos e Meninas de Rua, Néia Bueno destacou as várias 'sedes' que movem o Grito, incluindo justiça,  igualdade, moradia, educação, respeito à população LGBTQIA+ e o combate ao racismo.

O 29º Grito dos Excluídos e das Excluídas em São Bernardo do Campo representou um chamado por um Brasil mais justo, inclusivo e igualitário. Com faixas e bandeiras, os participantes destacaram a importância da solidariedade, da luta contínua e da colaboração entre diversos setores da sociedade na busca de um país melhor para todos os brasileiros e brasileiras.

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