Santo André, * *

Trabalhadores da Educação de Santo André decretam Greve Sanitária nas escolas municipais
A Greve Sanitária é uma resposta ao anúncio de retorno às aulas presenciais em meio à pandemia de COVID-19 feito pelo Prefeito Paulo Serra (PSDB).

Por: Viviane Barbosa, Redação do Sindserv Santo André
Publicação: 14/05/2021

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Assembleia Virtual da Educação

Os trabalhadores e trabalhadoras da rede municipal de ensino de Santo André aprovaram Greve Sanitária em defesa da Vida e Vacina para Todos a partir do dia 19 de maio.  A categoria aprovou por unanimidade essa decisão em Assembleia Virtual realizada pelo Sindserv Santo André na noite de quinta-feira (13). 

A Greve Sanitária é uma resposta ao anúncio de retorno às aulas presenciais em meio à pandemia de COVID-19 feito pelo Prefeito Paulo Serra (PSDB). Só no Grande ABC o número de mortes chegou a 8 mil e no estado de São Paulo ultrapassou 102.934 mortes. O Brasil perdeu mais de 430 mil brasileiros e brasileiras para esse terrível vírus.  Hoje o país é segundo maior em número de mortes, atrás apenas dos Estados Unidos. 

Paulo Serra disse que será publicado um decreto informando que o retorno acontecerá de forma gradual a partir do dia 24 de maio. Entre os dias 17 e 21 de maio, as escolas estarão abertas para acolhimento das famílias e esclarecimentos de dúvidas sobre o retorno das atividades presenciais.

O retorno à sala de aula, segundo Paulo Serra, acontecerá em etapas e não será obrigatória. Ele disse que voltariam preferencialmente as professoras/professores que foram vacinados. No entanto, o número de profissionais vacinados é ainda muito baixo. Hoje estão sendo vacinados educadores acima de 47 anos, muitos correm o risco de não receberem a segunda dose da vacina, por causa da falta de insumos.

"Mais uma vez tomamos conhecimento do retorno das aulas presenciais pela rádio, nem a Secretaria de Educação tinha essas informações. Um absoluto desrespeito com todos nós profissionais que seguimos trabalhando remotamente nesta pandemia, sem condições de trabalho. O retorno agora é assistir a morte de colegas ou a nossa própria morte e não queremos isso. Nossa Greve é pela Vida”, disse a diretora do Sindserv Santo André, a professora Daisy Dias.

Aviso de greve foi protocolado à Prefeitura 

O Sindicato protocolou nesta sexta-feira (14) ofício de greve ao Prefeito Paulo Serra (PSDB), ao Secretário de Administração, Pedro Seno, e à Secretária de Educação, professora Cleide Bochixio. (abaixo) No documento, o Sindicato também reivindica a abertura de uma mesa de negociação. Os educadores defendem o retorno à sala de aula com a garantia de medidas e protocolos de segurança contra a COVID-19, testagem em massa, fornecimento de EPIS e vacinação contra a COVID-19 para toda comunidade escolar. 

As Escolas não têm sabão, produtos de higiene e infraestrutura para conter pandemia de COVID-19

A realidade das escolas municipais de Santo André não é a mesma que Paulo Serra divulga em suas lives. Em assembleia, os trabalhadores e trabalhadoras da Educação relataram inúmeros problemas que podem desencadear proliferação da contaminação do coronavírus: salas pequenas sem ventilação natural, faltam materiais de limpeza/higiene pessoal (por exemplo sabonete!) além de condições precárias de infraestrutura.

Mais problemas relatados pelos educadores são a falta de EPI (Equipamentos de Proteção Individual), como máscaras recomendadas pela OMS (N95 e PFF2), álcool em gel, e a Prefeitura também não tem dado suporte e fornecido equipamentos tecnológicos (como celulares/computadores). 

Atualmente,  as professoras e professores são obrigados a usarem os seus próprios celulares e computadores, pagando do bolso até a compra desses equipamentos, que não suportam mais as demandas escolares. Eles também relataram problemas com o uso da Plataforma teams da Prefeitura, que não funciona em computadores antigos.

Riscos de COVID-19 nas creches e escolas

Paulo Serra justificou na sua live “que as crianças não transmitem COVID-19”, mas não é bem assim. O estudo recente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), da Universidade da Califórnia e da London School of Hygiene and Tropical Medicine indica que as crianças têm mais risco de se infectarem com o vírus, mas não irão transmitir a doença  se as escolas e creches adotarem todas as medidas de segurança contra a covid-19 e os profissionais da Educação estiveram adequadamente imunizados. Em Santo André, a realidade é bem diferente: somente 24% dos educadores foram até agora imunizados e as escolas/creches não têm condições sanitárias.

Outro estudo do  Atlas ODS Amazonas da Universidade Federal do Amazonas indica que crianças podem transmitir a COVID-19.  Pesquisadores observaram que, considerando as faixas etárias estudadas, as crianças com menos de um ano foram o maior número de vítimas fatais de Covid-19, ficando atras apenas de pessoas acima de 60 anos.

Carreata em Defesa da Vida na segunda-feira (17) e Assembleias permanentes

Os trabalhadores e trabalhadoras da Educação irão realizar nesta segunda-feira (17) Carreata em Defesa da Greve Sanitária pela Vida e Vacina para Todos nesta segunda-feira (17) para conscientizar as autoridades e a população sobre os perigos de seus filhos e profissionais contraírem a COVID-19 nas escolas. 

O Sindserv Santo André realizará reuniões/assembleias permanentes com os profissionais da Educação para organização do movimento paredista. 

Clique aqui e veja o ofício


 




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