Santo André, * *
Por: Viviane Barbosa, Redação Sindserv Santo André
Publicação: 28/05/2020
Eunice Lopes, professora na cidade de Limeira, presidenta do Sindsel e da FETAM-SP
A FETAM-SP (Federação dos Trabalhadores na Administração e no Serviço Público Municipal do Estado de São Paulo da CUT) está sob nova Direção. No último final de semana, nos dias 22 e 23 de maio, a entidade realizou seu 10º Congresso “Vidas Humanas Acima do Lucro - Valorizar os Servidores e os Serviços Públicos”, que aconteceu na sede do Sindsep-SP (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo) de forma digital, em respeito à medida de isolamento social necessária para conter a propagação do novo coronavírus (COVID-19).
O Congresso reuniu cerca de 100 participantes, entre delegados e observadores de diversas cidades do estado de São Paulo, que participaram do Congresso pela plataforma Zoom.
A nova presidenta é a companheira, Eunice Lopes, conhecida como Nicinha, que preside o Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Limeira (Sindsel).Na gestão passada da Federação, ela ocupava a Secretaria de Igualdade Racial.
Em entrevista ao Jornal Estopim do Sindserv
Santo André, Eunice falou
os desafios em assumir a FETAM-SP neste momento de crise econômica,
política e de saúde pública que o Brasil atravessa e assim como
vários países do mundo.
A sindicalista comandará a FETAM-SP que 380 mil servidores
públicos municipais no Estado de São Paulo.
Confira a seguir a entrevista:
Jornal Estopim - Conte-nos sobre a sua trajetória à frente do movimento sindical?
Eunice Lopes: Ser sindicalista não é tarefa fácil, pois vivemos numa sociedade capitalista que incentiva e orienta a vida numa lógica individualista, o que é antagônico porque na nossa lógica temos que pensar na coletividade e esforçar para que a classe trabalhadora seja solidária dentro de uma sociedade que prega o lucro a qualquer custo.
Ao observar esse cenário cruel que iniciei minha militância no
movimento estudantil enquanto estudante da Faculdade ISCA. Eu
era bolsista e encabecei várias lutas contra o atraso da
prefeitura no repasse do auxílio da bolsa de estudos. Naquela
época, quem tinha mensalidade atrasada não concluía o ciclo
(risos). Depois ingressei no serviço público como professora, fui
eleita conselheira da APEOESP /Subsede Limeira, período no
qual participei ativamente na construção do Estatuto do
Magistério.
Me filiei ao PT (Partido dos Trabalhadores) o qual tenho orgulho em
ter sido vice-presidenta. Em 2007, fui vice-diretora de
escola e desenvolvi uma gestão de projetos que integrava todos os
trabalhadores e a comunidade escolar. Recebemos prêmios importantes
em gestão em educação e essa exposição positiva nos motivou a
disputar e vencemos a eleição do SINDSEL.
Jornal Estopim: O que representa ser a nova presidenta da FETAM-SP?
Eunice: Um grande desafio. A minha escolha foi por consenso e os sindicatos filiados à Federação indicaram o meu nome por entenderem que sou a pessoa que pode dialogar com todas as correntes de pensamentos no sentido de ampliar as lutas dos servidores. Sinto-me grata pela missão em liderar essa gigante Federação.
Estamos em um momento que tentam levar os trabalhadores a desacreditarem das entidades que os representam, principalmente, no campo do serviço público. Estamos sofrendo ataques que buscam desmobilizar os trabalhadores e trabalhadoras, um exemplo, é o Projeto de Lei do Governo Federal que prevê o congelamento de salários dos servidores até 2022.
Outro agravante é a pandemia da COVID-19 que assola os trabalhadores da linha de frente, em especial da Saúde e da Segurança pública, que não têm o mínimo de estrutura para se protegerem. Esses trabalhadores estão sendo triturados pela opinião pública, que deveria questionar a ausência do papel do Estado.
Jornal Estopim: Quais são as principais lutas aprovadas no
Congresso da FETAM?
Eunice: Aprovamos a resistência a qualquer governo que
queira propor o estado mínimo e o desmonte das políticas
públicas, que têm reflexo nos servidores e no atendimento às
necessidades básicas que defendemos. Debatemos também, com
preocupação, as manobras que tentam fazer em torno do novo modelo
de educação online em especial na educação básica e o sucateamento
na saúde que causa um grande estresse entre os servidores. Temos
como tarefa durante essa pandemia ampliar o nosso canal de
comunicação com os servidores e reinventar a nossa forma de
mobilização para garantir os direitos da categoria.
Jornal Estopim: Qual marca quer imprimir em sua gestão?
Eunice: Uma gestão transparente que promova o diálogo e o debate com todos os sindicatos filiados e, claro, o maior sonho é organizarmos os trabalhadores de base para que possam compreender que fazem parte da classe trabalhadora, que produzem educação, saúde e segurança pública. Quando os servidores compreenderem que somos os Pilares do Estado para implementar as políticas públicas aí ninguém segura esse gigante. Será um desafio envolver todos os 62 sindicatos na FETAM e dar suporte para que dirigentes possam desenvolver suas ações.Uma andorinha só, não faz verão.
Jornal Estopim: Qual sua mensagem para os servidores públicos municipais do Estado de São Paulo?
Eunice: É uma bandeira nossa: “Sem servidor
público, a Cidade Para”. Nesse sentido a conjuntura nos trará lutas
difíceis. Enfrentaremos a intransigência e o desrespeito de
governantes contra os servidores. Porém, os dirigentes dessa
Federação não descansarão e estaremos preparados para ajudar a
organizar os servidores para resistência e garantia dos direitos.
Como diria Karl Marx: "trabalhadores do mundo uni-vos". E se
nos unirmos os prefeitos recuam e os direitos avançam. Nenhum
direito a menos! Juntos Somos Mais Fortes!
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